O presidente do Grupo Bandeirantes, João Saad, fez um pronunciamento contundente durante a entrega do prêmio “Ateneu Rotário”, promovido pelo Rotary Club de São Paulo. Ao discursar, Saad classificou o conflito na Faixa de Gaza como “o maior genocídio” que acompanhou em sua carreira jornalística, destacando o alto número de vítimas civis.
“É uma mortandade de mulheres e crianças com desculpas cada vez mais esfarrapadas”, afirmou, referindo-se às justificativas do governo de Israel para os ataques ao território palestino.
A declaração foi feita no contexto da guerra deflagrada após o ataque surpresa do grupo Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, quando cerca de 1.200 pessoas foram mortas e outras 251 sequestradas e levadas como reféns para Gaza.
Desde então, os ataques israelenses à Faixa de Gaza já causaram, segundo o Ministério da Saúde local, a morte de 46.788 palestinos até o momento. Desse total, 59% seriam mulheres, crianças e idosos — percentual que, segundo um relatório da ONU de novembro de 2023, pode chegar a até 70%.
Ainda conforme dados do Ministério da Saúde palestino, cerca de 110.453 pessoas ficaram feridas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 25% dos feridos sofreram lesões graves e permanentes. Karin Huster, coordenadora da ONG Médicos Sem Fronteiras, disse à BBC que o sistema de saúde de Gaza enfrenta “imensos desafios” para prestar atendimento de longo prazo às vítimas.
Um estudo recente publicado na revista médica The Lancet apontou que o número real de mortes pode ser significativamente maior que o divulgado oficialmente pelas autoridades locais, devido à destruição de infraestrutura e à dificuldade de contabilizar vítimas em áreas isoladas ou sob escombros.
Apesar de os números do Ministério da Saúde de Gaza não distinguirem entre civis e combatentes, as Forças de Defesa de Israel (FDI) alegam ter eliminado cerca de 17 mil integrantes do Hamas até setembro de 2024. As FDI, no entanto, não informaram como chegaram a esse número.
Fonte: DCM