A Polícia Científica de Alagoas finalizou na noite desta quinta-feira (15) a reconstituição do crime que chocou o município de Maravilha, no sertão alagoano. A simulação buscou esclarecer detalhes do assassinato brutal da menina Ana Clara Firmino da Silva, de apenas 12 anos, ocorrido em 3 de janeiro deste ano.
Solicitada pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL), a reprodução simulada foi realizada no mesmo local onde o crime aconteceu. Participaram da ação três suspeitos detidos e o adolescente sobrevivente, amigo da vítima, que contribuiu com informações durante a simulação. A coordenação ficou sob responsabilidade do perito criminal Adailton Emiliano, com apoio de uma equipe composta por especialistas do Instituto de Criminalística do Agreste e policiais científicos.
A operação teve início às 18h e foi concluída por volta das 22h30, após a encenação de todas as versões apresentadas pelos envolvidos, com o uso de atores para reconstruir a cena com precisão técnica.
Segundo o promotor de Justiça José Antônio Malta Marques, o objetivo principal da reconstituição é confrontar os depoimentos colhidos ao longo da investigação e eliminar possíveis contradições. “Trata-se de uma prova importante não só para o Ministério Público, mas também para o juiz e para a autoridade policial. A simulação ajuda a identificar distorções entre o que foi dito e o que de fato aconteceu”, explicou.
Com a reconstituição encerrada, os peritos agora trabalham na análise técnica de todos os dados coletados. O laudo pericial deve ser concluído em até 30 dias e será peça-chave para instrução do processo criminal. De acordo com o perito Marcos Aurélio Duarte, “o relatório final reunirá todas as observações feitas durante a reprodução e será encaminhado ao juiz responsável pelo caso”.
O documento também poderá ser utilizado pelo Ministério Público para reforçar a acusação e contestar eventuais versões dos suspeitos, especialmente diante da suspeita de tentativa de manipulação da narrativa. O testemunho do adolescente de 14 anos, que sobreviveu ao ataque, é considerado elemento central na investigação.
Ana Clara foi assassinada na madrugada de 3 de janeiro, enquanto conversava com um amigo na Travessa Sagrada Família, no Centro de Maravilha. Segundo relatos, um carro Ônix prata se aproximou, e os ocupantes desceram armados com facas, atacando os dois jovens. A menina foi golpeada nas costas, e a lâmina ficou cravada em seu corpo. Ela morreu ainda no local. O amigo, ferido, conseguiu escapar e foi socorrido.
A motivação do crime ainda está sob apuração, mas a polícia não descarta a hipótese de execução premeditada.